Análise do valor do aluguel nos Contratos de Locação Residencial de 2025
Criado em: 05 de dezembro de 2025
Atualizado em: 05 de dezembro de 2025
Levantamento revela como o aluguel e índices de reajuste foram definidos no mercado de locação residencial em 2025
O mercado de locação residencial brasileiro em 2025 revela muito mais do que números: ele expõe hábitos de consumo, estratégias patrimoniais e até mudanças culturais na forma como os brasileiros lidam com a moradia.
Um levantamento exclusivo, baseado em uma amostra de aproximadamente 9.000 contratos de locação firmados ao longo do ano, mostra que o valor médio do aluguel gira em torno de R$ 3.120,00 — sinal de um mercado predominantemente voltado para a classe média e média alta.
1. O valor médio do aluguel
O cálculo do valor médio, que reflete a média ponderada de todas as cidades da amostra, aponta para um mercado majoritariamente de classe média e média alta.
Quase metade dos contratos (44,0%) está concentrada na faixa entre R$ 1.501 e R$ 3.000, demonstrando que a maior parte da atividade locatícia ocorre em imóveis de padrão intermediário.
- Faixa intermediária em destaque: Quase metade dos contratos (44%) está concentrada entre R$ 1.501 e R$ 3.000, evidenciando que os imóveis de padrão intermediário são o motor da atividade locatícia.
- Acessibilidade limitada: Apenas 11% dos contratos envolvem imóveis com aluguel até R$ 1.500, mostrando que o mercado popular tem presença reduzida.
- Mercado premium discreto: Os imóveis de alto padrão, com aluguel acima de R$ 5.000, representam 12% da amostra. Embora relevantes, não chegam a dominar o cenário.
2. Índices de reajuste do aluguel
Durante décadas, o IGP-M foi praticamente sinônimo de reajuste de aluguel no Brasil. Em 2025, ele ainda aparece em 54,9% dos contratos, mantendo a liderança — mas sua hegemonia está em queda.
Apesar de ainda ser o índice majoritário (54,9%), sua participação está diminuindo em relação aos anos anteriores, refletindo a volatilidade extrema observada durante e após a pandemia. Em novembro de 2025, o acumulado do IGP-M em 12 meses era de deflação de -0,11%.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), considerado a inflação oficial do país e menos sujeito a oscilações abruptas, já está presente em 31,9% dos contratos. Proprietários e imobiliárias têm migrado para o IPCA em busca de reajustes mais previsíveis e proteção contra cenários de deflação.
O IVAR (Índice de Variação de Aluguéis Residenciais), desenvolvido pela FGV para refletir com mais precisão o mercado de locação, aparece em 11% dos contratos. Sua presença crescente confirma a consolidação como alternativa setorial, especialmente em regiões com maior maturidade de mercado.
O INPC, por sua vez, tem participação residual, com apenas 2,2% da amostra.
Essa mudança de comportamento revela uma busca por equilíbrio e justiça nos reajustes, após anos marcados por distorções inflacionárias. O mercado começa a se afastar do IGP-M como padrão absoluto, abrindo espaço para índices mais estáveis e alinhados à realidade do consumidor.
3. Geopolítica do aluguel
Utilizaremos nessa sessão os 3 estados que tiveram atividade mais forte na amostra, sendo eles São Paulo (SP), Minas Gerais (MG) e Paraná (PR). Ela revela as estratégias regionais de preços e índices:
A) São Paulo (SP)
Maior Volume: São Paulo (capital e interior) é o estado mais representado na amostra.
Foco no IPCA: A capital paulista, onde os preços são naturalmente mais altos, apresenta uma alta adesão ao IPCA e IVAR (totalizando cerca de 40% dos contratos na UF), sinalizando uma busca por reajustes mais justos e menos extremos.
B) Minas Gerais (MG)
MG apresenta um valor médio de aluguel consistente na faixa intermediária da amostra.
A maioria dos contratos mineiros mantém o IGP-M como indexador, refletindo talvez uma tradição de mercado ou uma menor pressão para migração de índices.
C) Paraná (PR)
O Paraná demonstra uma distribuição equilibrada, com todos os principais índices (IGP-M, IPCA, IVAR) presentes. Isso sugere um mercado de locação competitivo, onde a negociação do índice é mais aberta.
Conclusão
O aluguel residencial em 2025 é marcado por uma forte presença da classe média e pela redefinição dos índices de reajuste. O IGP-M, antes absoluto, perde espaço para o IPCA e para o IVAR, em um movimento que reflete a busca por previsibilidade e equilíbrio. Proprietários e inquilinos buscam cada vez mais o IPCA e o índice setorial IVAR como alternativas mais estáveis, redefinindo o padrão de reajuste anual no país.
Esta análise utiliza dados de uma amostra de aproximadamente 9.000 contratos de locação residencial elaborados na plataforma 99Contratos em 2025.
Gustavo Falcão
Gustavo Falcão, fundador da 99contratos, oferece soluções acessíveis e descomplicadas para o conhecimento jurídico.
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Sempre buscando aprimorar seus serviços e expandir suas áreas de atuação, Gustavo acredita na tecnologia como aliada para simplificar processos burocráticos e democratizar o acesso ao conhecimento jurídico.
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