Análise da compra e venda de imóveis no Brasil: Dados dos contratos do mercado imobiliário em 2025
Atualizado em: 19 de dezembro de 2025
Levantamento mostra como contratos de compra e venda revelam a diversidade do mercado imobiliário em 2025
O mercado imobiliário brasileiro encerra o ano de 2025 apresentando um cenário marcado pela diversidade e descentralização. Uma análise exclusiva utilizando aproximadamente 8.000 contratos de compra e venda realizados revela um setor aquecido em polos regionais e uma diversificação estratégica nos índices de parcelamento.
Diante da predominância de imóveis usados nas transações analisadas, a variedade de valores negociados e a baixa incidência de índices de reajuste indicam um ano marcado por negociações heterogêneas e forte presença de compras sem parcelamento relevante.
Disparidade de valores
Os dados mostram um mercado com forte disparidade de valores, indo de contratos com valores inferiores a R$ 20.000,00 até negociações que ultrapassam R$ 10 milhões.
Classificação dos contratos por valor de venda:
- Até R$ 200.000,00 → Imóveis residenciais populares
- De R$ 200.000,01 até R$ 2.000.000,00 → Imóveis urbanos de médio e alto padrão
- Acima de R$ 2.000.000,00 → Grandes áreas, imóveis comerciais ou operações estruturadas
Distribuição percentual dos contratos (por quantidade)
Com base nos dados analisados:
- Até R$ 200 mil ≈ 35%
- R$ 200 mil a R$ 500 mil ≈ 24%
- Acima de R$ 500 mil ≈ 41%
Mais de 40% dos contratos estão acima de R$ 500 mil, reforçando que, embora exista grande volume de imóveis populares, o mercado é financeiramente puxado por operações de maior valor.
Ao segmentar os contratos por faixa de valor, observa-se que cerca de 35% das negociações envolvem valores de até R$ 200 mil, enquanto 24% situam-se entre R$ 200 mil e R$ 500 mil. Já as operações acima de R$ 500 mil representam 41% dos contratos, evidenciando a relevância das negociações de maior porte no mercado imobiliário de 2025.
Predominância de contratos sem índice de reajuste
Um dos dados mais reveladores da amostra de 2025 é o comportamento das parcelas nos imóveis comprados a prazo. Onde antes reinava o IGP-M, hoje vemos uma busca por equilíbrio.
Como a maior parte dos contratos analisados envolve imóveis usados, um dos pontos mais relevantes do levantamento é que a imensa maioria dos contratos não apresenta índice de reajuste, o que sugere:
- Compras à vista, ou
- Parcelamentos de curto prazo, sem correção monetária relevante.
Mas, quando comprados a prazo, um dos dados mais reveladores da amostra de 2025 é o comportamento das parcelas. Onde antes reinava o IGP-M, hoje vemos uma busca por equilíbrio.
- Hegemonia do IPCA: Em contratos de cidades como Niterói (RJ) e Viçosa (MG), o IPCA consolidou-se como o índice favorito, sendo utilizado para a maioria dos contratos com reajuste das parcelas. Por ser o índice oficial de inflação, ele oferece ao comprador uma segurança maior de que a parcela acompanhará seu poder de compra.
- Resistência do IGP-M: O IGP-M ainda predomina em locais específicos, como, por exemplo, em Três Corações (MG) e Santa Maria da Vitória (BA). Geralmente, este índice é mantido em negociações onde o financiamento é feito diretamente com a construtora ou proprietário.
- Flexibilidade: A utilização da opção do "maior índice" foi predominante em contratos elaborados Florianópolis (SC) e Marília (SP). Isso indica cláusulas que aplicam o maior valor entre índices oficiais, uma estratégia de proteção dos vendedores contra variações bruscas da economia.
A ocorrência desses índices é pontual, indicando que o financiamento direto entre as partes, com correção anual, não foi a regra em 2025, mas sim a exceção.
Análise por região
- Sudeste concentra volume e maiores valores
Com base nos dados analisados, o sudeste aparece como a região com maior número de contratos elaborados, especialmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Cidades como São Paulo, Campinas, Niterói e Belo Horizonte concentram contratos com valores mais elevados, indicando que nestas regiões ocorreram negociações envolvendo imóveis de alto padrão ou empreendimentos de grande porte.
- Nordeste mantém alta recorrência e valores intermediários
O Nordeste se destaca pelo alto volume de contratos, especialmente em cidades como Salvador, Fortaleza, João Pessoa, Teresina e Natal. Os valores predominantes ficam na faixa de R$ 20 mil a R$ 400 mil, indicando forte atividade no mercado de imóveis residenciais populares e de médio padrão.
Salvador, em especial, aparece de forma recorrente ao longo de todo o período, com valores variados, o que demonstra dinamismo constante do mercado local ao longo de 2025.
- Norte e Centro-Oeste: menos volume, mas operações relevantes
As regiões Norte e Centro-Oeste apresentam menor quantidade de registros, porém com operações pontuais de alto valor, especialmente em cidades como Belém, Tucuruí, Manaus, Goiânia e Brasília. Há registros que indicam negociações estratégicas ou imóveis de grande extensão, comuns em áreas de expansão urbana ou econômica.
Conclusão
O panorama dos contratos de compra e venda de imóveis em 2025 aponta para um mercado ativo, descentralizado e heterogêneo, com forte concentração no Sudeste, grande volume no Nordeste e operações estratégicas no Norte e Centro-Oeste.
Com o comprador mais atento aos índices de reajuste e o vendedor buscando segurança em valores de venda sólidos, o setor imobiliário demonstra resiliência. A migração definitiva para o IPCA nas parcelas de longo prazo sugere que a estabilidade se tornou o principal ativo do mercado neste ano.
Esta análise utiliza dados de uma amostra de aproximadamente 8.000 contratos de compra e venda elaborados na plataforma 99Contratos em 2025.
Gustavo Falcão
Gustavo Falcão, fundador da 99contratos, oferece soluções acessíveis e descomplicadas para o conhecimento jurídico.
Através de modelos de contratos personalizáveis, sua missão é garantir praticidade e segurança jurídica.
Sempre buscando aprimorar seus serviços e expandir suas áreas de atuação, Gustavo acredita na tecnologia como aliada para simplificar processos burocráticos e democratizar o acesso ao conhecimento jurídico.
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