Limite de multa e juros por atraso em contratos: Entendendo os parâmetros legais

Criado em: 08 de fevereiro de 2022             
Atualizado em: 26 de julho de 2024             



Limite de multa e juros por atraso em contratos: Entendendo os parâmetros legais
Limite de multa e juros por atraso em contratos: Entendendo os parâmetros legais

E m qualquer relação contratual que envolva transações financeiras, surge a preocupação recorrente da possibilidade de inadimplência.

Seja por simples esquecimento das datas de pagamento ou, em casos extremos, devido a má-fé de alguma das partes envolvidas. Uma questão que frequentemente surge ao elaborar contratos é: Qual é o limite legalmente permitido para a cobrança de multas e juros em casos de atraso de pagamento?

Neste artigo, abordaremos essa questão fundamental, fornecendo uma compreensão clara dos parâmetros legais estabelecidos no ordenamento jurídico.

Multa por atraso e juros: definição e propósito

A multa por atraso, assim como os juros moratórios, constitui uma penalização prevista em contratos para desencorajar atrasos nos pagamentos. Entretanto, sua função é estritamente preventiva, visando evitar atrasos desnecessários. Importante notar que a multa não deve ter o propósito de enriquecimento injusto por parte da parte beneficiária, tornando-se, assim, uma cláusula abusiva.

A cobrança de multa só é legítima quando prevista no contrato e, uma vez aplicada, é cobrada integralmente, independentemente do tempo de atraso. Por exemplo, se um pagamento atrasa apenas um dia, a multa deve ser aplicada na totalidade.

Os juros, por sua vez, têm como objetivo evitar a desvalorização do valor devido no mercado ao longo do tempo. Isso assegura que, mesmo em caso de atraso prolongado, o montante devido mantenha seu poder aquisitivo original. Os juros moratórios são calculados mensalmente e, quando o atraso não perfaz um mês completo, são proporcionais ao período de atraso.

Limite de multa permitido

A imposição de multas deve sempre respeitar o princípio da proporcionalidade, garantindo que sejam justas e proporcionais ao objetivo a que se destinam, sem prejudicar injustamente nenhuma das partes ou gerar enriquecimento ilícito.

Os limites dos valores de multa podem variar de acordo com a natureza da relação contratual, distinguindo entre relações de consumo e contratos particulares ou parcerias comerciais.

Contratos de relação de consumo

Nas relações que envolvem consumidores e fornecedores, a legislação estabelece um limite específico para multas em caso de atraso.

A multa não pode exceder 2% do valor da prestação, conforme estipulado no artigo 52 do Código de Defesa do Consumidor. Isso garante que a penalização seja razoável e proporcional, evitando que os consumidores sejam sobrecarregados por multas exorbitantes.

Contratos de parcerias comerciais ou contratos particulares

Em contratos de parcerias ou acordos particulares, onde se presume uma posição mais equilibrada entre as partes, os valores de multa podem variar de acordo com a natureza do contrato. Multas entre 10% e 20% são consideradas razoáveis e justas, sendo recomendável que se mantenham mais próximas dos 10%.

No entanto, é importante lembrar que multas consideradas abusivas podem ser legalmente ajustadas por um juiz.

Limite de juros permitido

Os juros moratórios são limitados a uma taxa de até 1% ao mês ou 12% ao ano, conforme especificado no Código Tributário Nacional. Esta taxa garante que os juros sejam uma ferramenta eficaz para evitar a inadimplência, sem impor uma carga excessiva sobre a parte inadimplente.

Os juros devem ser calculados proporcionalmente ao período de atraso. Se o atraso não perfizer um mês completo, os juros devem ser calculados com base na proporção de dias de atraso.

Conclusão

Respeitar os critérios estabelecidos neste artigo é fundamental na elaboração de contratos. Isso evita a imposição de cobranças abusivas, que podem resultar na nulidade das cláusulas de penalidade.

Além disso, o cumprimento desses limites legais é crucial para evitar disputas legais e possíveis ações de indenização por parte da parte prejudicada.


Referências:
Lei Federal 10.406 (Código Civil)
Código de Defesa do Consumidor
Código Tributário Nacional


Author: Gustavo Falcão

Gustavo Falcão

Gustavo Falcão, fundador da 99contratos, oferece soluções acessíveis e descomplicadas para o conhecimento jurídico.

Através de modelos de contratos personalizáveis, sua missão é garantir praticidade e segurança jurídica.

Sempre buscando aprimorar seus serviços e expandir suas áreas de atuação, Gustavo acredita na tecnologia como aliada para simplificar processos burocráticos e democratizar o acesso ao conhecimento jurídico.


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